quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Jogo premiado

Vejam só a minha cagada!

Raramente faço ou participo de jogos de qualquer natureza. Não é do meu feitio! Entretanto, havia um comprovante de jogo da Dupla Sena que eu havia feito há algumas semanas, perdido no meio da bagulhada existente na gaveta do rack do meu PC e que eu tinha preguiça de conferir ali no Sortudo, a 300 metros da minha casa.

Tava ele lá na gaveta, rolando prum lado, rolando pru outro, algumas vezes por cima da bagulhada, outras vezes por baixo.

Lembro-me que foi um jogo errado que realizei. Explico: o que eu queria mesmo no dia em que o fiz era jogar na Mega Sena, que estava com um prêmio acumulado de mais de 40 milhões de reais, um pequeno motivo do meu escasso interesse em papar esses trocadinhos.

Porém, reafirmo, como apenas raramente jogo, desconheço certas particularidades dessas apostas por marcação de números e no balcão da loteca havia uma dezena de tipos diferentes de volantes de jogo, tudo do mesmo tamanho, cada qual com um monte de si mesmo na sua caixinha correspondente, tudo muito bem arrumadinho. Peguei qualquer um, sem ler, e marquei os 6 números.

Fui ao caixa, dei-lhe o volante e uma nota de dez reais. Ele fez o jogo e me devolveu o troco, perguntando em seguida: “- Não vai jogar também na Mega Sena?”

Só então, olhando para papel da aposta que ele fizera para mim é que me dei conta da minha furada. Eu havia jogado na Dupla Sena! E eu nem imaginava que existia essa opção! Emputeci-me silenciosamente comigo mesmo e devido ao referente acontecido (Aí, Fernando! Eu sabia que um dia ia usar essa jóia rara de expressão!) e polidamente lhe disse que eu já havia jogado na Mega Sena.

Muito que bem! Hoje cedo resolvi: na volta do super-mercado vou conferir esse jogo no Sortudo. Em lá chegando, deparo-me com três caixas: no primeiro, uma tabuleta que diz “Só para jogos” e uma pessoa que está sendo atendida, inexistindo fila; no segundo, nenhuma tabuleta, porém com uma fila de umas trinta pessoas dispostas a pagar suas contas de luz, água, IPTU, sei lá mais o quê; e, finalmente, o terceiro, com uma tabuleta onde se lia “Caixa exclusivo para idosos, grávidas e deficientes físicos”, com quatro cabeças brancas na fila que, somadas, dariam, tranqüilo, tranqüilo, uns 300 anos. Enrabichei nesta última. Quinze minutos se passaram e nada. Olhei para o primeiro caixa, que continuava no atendimento da mesma pessoa de 15 minutos atrás, sem formação de fila.

Aí, o criente desse primeiro caixa descola do balcão, vai embora e o atendente fica, logicamente, disponível. Mas, por incrível que apareça, ninguém da segunda fila se move em direção a ele. Como ele também servia ao meu propósito, diriji-me em sua direção mas, agora, outro engraçadinho também se dirige a ele. Como chego primeiro, o engraçadinho diz “-Pode ficar aí, ô meu, num tem pobrema!”. E assim se faz, não sem antes eu ter reconsiderado que o meu interlocutor era um cara muito bacana, gente fina mesmo!

E sem mais lenga-lenga, passo o meu canhoto da aposta para o caixa e peço-lhe “por favor” que ele confira o jogo. Ele dá umas digitadas na máquina dele, sai um papelzinho, ele olha rapidamente para ele, olha-me e diz; “-Você ganhou! Acertou a quadra. Quer receber agora? São R$ 58,65!”.

Como ele não foi muito discreto quando falou “-Você ganhou!”, todo mundo nas filas, iscrusive aquela que já se formava atrás de mim, ouviu isso, e ficou olhando para mim. E em todos os rostos pude notar a predisposição de um sorriso manhoso, ou curioso, na explosão da minha alegria ou no catiripapo no coração que eu poderia ter ali, naquele momento.

Mas qual! Antes de me pagar os R$ 58,65, o caixa me empurrou o bolão da casa da mesma Dupla Sena que corre hoje: 20 participantes, R$5,00/otário, prêmio acumulado de uns 5 milhões de reais.

Destino dos restantes R$ 53,65: Anonimato e segredo.

Óia o pagamento aqui, óia!


I bibida prus músicus!

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