sexta-feira, 27 de abril de 2007

Morreu de Confusão (Carta de um Suicida)

Foi encontrada no bolso de um suicída, em Maceió, a seguinte carta:

"Ilmo. Sr. Delegado de Polícia:

Não culpe ninguém pela minha morte. Deixei esta vida porque, um dia mais que eu vivesse, acabaria morrendo louco. Explico-lhe, Sr. Delegado: tive a desdita de casar-me com uma viúva, a qual tinha uma filha. Se eu soubesse disso, jamais teria me casado.

Meu pai, para maior desgraça, era viúvo, e quis a fatalidade que ele se enamorasse e casasse com a filha de minha mulher. Resultou daí que minha mulher tornou-se sogra de meu pai. Minha enteada ficou sendo minha mãe, e meu pai era, ao mesmo tempo, meu genro. Após algum tempo, minha filha trouxe ao mundo um menino, que veio a ser meu irmão, porém neto de minha mulher, de maneira que fiquei sendo avô de meu irmão. Com o decorrer do tempo, minha mulher também deu à luz um menino que, como irmão de minha mãe, era cunhado de meu pai e tio de seu filho, passando minha mulher a ser nora de sua própria filha.

Eu, Sr. Delegado, fiquei sendo pai de minha mãe, tornando-me irmão de meu pai e de meus filhos, e minha mulher ficou sendo minha avó, já que é mãe de minha mãe. Assim, acabei sendo avô de mim mesmo.

Portanto, Sr. Delegado, antes que a coisa se complicasse mais, resolvi desertar deste mundo.

Perdão, Sr. Delegado."

Da seção "O impossível acontece", da revista "O Cruzeiro".
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Incluí este post no meu blog por tê-lo achado simplesmente incrível, tendo sido publicado em 19/4/2007 no blog do Carlos Alberto Teixeira, um dos grandes bloguistas da globo.com. É, como diz o c.a.t., assim ele abrevia o seu nome, antiga (a mensagem) mas sempre boa de ler.
É o que estou fazendo com a devida autorização dele, depois de um papo virtual que tivemos, assim, ó:
“24/4/2007 - Putz grila, Carlos Alberto: Gostaria de colocar esse texto no meu site, opaquio.blogspot.com. Posso?

“Salve, Norival, certamente que sim. Pode pôr o texto no seu site sim. Aliás, acabo de visitá-lo e adorei o confessionário eletrônico. Abração. - c.a.t.”
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E
ntão, fico duplamento satisfeito: com a autorização para publicação da mensagem encontrada por ele e com a visita dele ao meu blog, onde deixou o seu comentário. É o primeiro jornalista a me presentear dessa maneira! Tô qui tô todo feliz!
I bibida prus músicus!
Brigado, Carlos Alberto.

2 comentários:

Poesia Sem Limites disse...

Quando era criança meu pai tinha a Caixa da Alegria, como meu irmão mais velho e eu costumávamos chamá-la. Era uma caixa de papelão enorme que ficava em cima do guarda-roupas. Lá tinha de tudo, inclusive um papel escrito a punho por meu pai, contendo este texto, que por sinal é muito criativo. Lendo-o relembro de coisas boas. Agora que o autor dele é criativo demais isso é inegável.

Norival R. Duarte disse...

Salve, Cairo Pereira!

Sua história, com a inclusão da caixa de papelão do seu pai, também é criativa.

Recordar é viver!

Obrigado pela visita ao meu blog e pelo comentário deixado nele.

Volte sempre e receba um grande abraço meu.