terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Morte do blog < Opaquio >, nascimento do blog < Norrival >

MENTIRA! MENTIIIIIIIRA!
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ESTE BLOG RESSUSCITOU HOJE, 13.02.08!
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AGORA EU TENHO DOIS BLOGS!
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ESTE AQUI E O BLOG Norrival.
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Caros Amigos:

Comunico a todos que a partir ontem, 04.02.2008, deixei de postar neste blog , dando como encerrada a sua missão. A última postagem realizada nele foi “O urinol da Madame Pompadour”.

Para substituí-lo, criei um novo blog, cujo endereço eletrônico é
http://norrivalduarte.blogspot.com/ e o seu nome será Norrival, devendo seguir a mesma linha de raciocínio que eu aplicava no <Ó pa qui, ó...>.

A razão principal dessa mudança foi prover-me de um blog com configuração mais simples de operar.

Pretendo - e já comecei a fazer isso - atualizar, revisar e transferir muitos posts deste para o novo blog, com o que colocarei à disposição do Site Oficial de Resende, do qual sou colaborador online, assim como dos novos visitantes, uma grande sortida de posts que, de outra maneira, ficariam simplesmente arquivados neste falecido blog, cujo acervo completo permanecerá à disposição de qualquer interessado, permanecendo o procedimento utilizado para acessá-lo sem qualquer alteração.

Peço a todos a cuja lista de “Preferidos” eu tenha a honra de pertencer e que permitam que nela permaneça que procedam à modificação do nome do blog e do endereço eletrônico para acessar o novo blog Norrival, cuja cabeça é esta aqui embaixo :


Um grande abraço a todos, daquele que espera uma visitinha esporádica no seu novo blog. Se deixar um recadinho lá, faço uma baita de uma festa, mesmo que seja: “- Pô, Norival! Continua a mesma merda, cacete!”


I bibida prus músicus!

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

O urinol de Madame Pompadour


Desde a sua publicação em 02.10.2007, no site de meu amigo Ery Roberto Corrêa, felizardo morador de Curitiba, sempre tive uma vontade louca de publicar integralmente no meu blog esse seu post intitulado O urinol de Madame Pompadour.


Confesso que entre muitos dos meus sites favoritos, que denomino no meu blog como “Fontes de onde bebo”, existem alguns que se eu não consultar umas três ou quatro vezes por dia fico com a impressão que passei boa parte desse período sem respirar. E o site do Ery é um deles e quando tem post novo... ah! aí é sempre uma festa para mim!


Além de excelente escritor, é webdesigner, arte que lhe possibilita brincar com a aparência de seu site, apresentando-o aos seus visitantes sempre com um visual novo e inovador; arte que lhe possibilita construir capas de livros, como a última, do livro de Valter Ferraz, “Capão, outras histórias”, publicado no final do ano passado.


É assim que, lá de Curitiba, sempre me enche de admiração pelas suas criações, seus escritos e principalmente pela sua excelente percepção do que é bonito de se ver, do que é agradável de se ler, do que é interessante de se conhecer, não deixando também de mostrar o seu lado alegre e gozador, brindando-nos amiudamente com fatos e piadas que nos fazem rir gostosamente sem cair nas armadilhas do que é vulgar.


E ontem, munido de uma colossal coragem e vontade de realizar o meu desejo há tanto amordaçado, solicitei-lhe, como de outras vezes anteriores, autorização para publicar esse seu post no meu blog, no que fui prontamente atendido por ele, como sempre de forma prazeirosa e gentil, e com o que, além de enriquecer o meu blog, proporciono um brinde diretamente aos meus visitantes com o que considero uma pérola nacional da Internet.


A partir daqui, tudo pertence a esse post. Vocês vão gostar dele pacas, tenho absoluta convicção!


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Os anjinhos não compõem a imagem original e foram aqui montados apenas para ilustrar.


O saudoso crítico paulista Francisco Luis de Almeida Salles tinha razão quando disse, referindo-se a Olavo Drummond, que "surgiu um contista claro, realista, gracioso, tão mineiro na sua visão das criaturas como a própria humanidade que ele trata nas suas alegrias e tristezas".

Aprendi a gostar do Olavo quando achei seu livro "O vendedor de estrelas" (Editora Arx – São Paulo, 2003, 2ª. edição) na Feira do Livro do ano passado, aqui em Curitiba.

Havia preparado um post sobre um conto engraçadíssimo incluído neste livro, mas descobri uma nota que fazia veemente menção sobre os direitos da obra, cedidos à Editora Siciliano S.A., proibindo reproduções parciais ou totais do conteúdo. Há mais de uma semana enviei um e-mail pedindo permissão para isto, mas não recebi resposta.

Só me restou um caminho: recontar o conto.

Ele é gostoso de se ler porque não dá vontade de parar e contém muito daquela fotografia exuberante feita por Almeida Salles, presente na menção citada. Evidente que o adjetivo gracioso está aqui não apenas em suas significações mais conhecidas de "generosidade" e "graça", mas muito principalmente com o sentido substantivo da comicidade típica do teatro do Século de Ouro espanhol.

Enfim, bom é ler e rir. Pena que certamente não tenha o mesmo efeito recontado por mim. Considerem, porém, meu esforço. Preservarei os nomes de logradouros e personagens e tentarei ser o mais fiel possível ao contexto original. Espero que não me processem. Boa leitura.

O urinol de Madame Pompadour


O ricaço cafeicultor mineiro, coronel Pereirão, tinha recém casado com Ambrosina. Logo nos primórdios da união descobriu que a amada sofria de uma curiosa compulsão. Nem bem havia acabado as sessões de louco amor, a mulher saia em desabalada carreira em direção ao reservado de banhos para se aliviar daquele inapelável ataque diurético.


Um prosaico e sem gosto penico de galalite, onde se lia dupla saudação inscrita em azul – “bom dia” e “boa noite” – na tampa, foi solução nas primeiras semanas. O coronel, tomado de intensa paixão, resolveu dar um fim naquela peça insólita ao decidir decorar a intimidade da consorte apelando para a França. Requisitou um modelo de porcelana de Sévres, com especial requinte, que tornasse a beleza líquida de Ambrosina especialmente decorada.


Se aquela nobre raridade pertencera ou não à Madame Pompadour, era caso de menos importância. O que interessava é que havia saído de um famoso antiquário de Paris e agora estava ali naquele casarão da pequena Serrania, sempre à disposição para socorrer as cada vez maiores esguichadas da doce amante.


Ambrosina ficou encantada com o presente. A peça de Sévres tinha dois anjinhos, em biscuit dourado, enfeitando a alça da tampa. Havia até um certificado, o signatário pouco importava, comprovante da legitimidade do urinol que teria servido aos alívios da favorita de Luiz XV.


A mulher freqüentou tanto aquele vaso portátil que o coronel desfaleceu por não agüentar as avalanches sexuais. Acometido de tísica foi abotoado num pijama de madeira, deixando triste neste mundo a vigorosa viúva.


Ambrosina amadureceu a viuvez cuidando dos anjinhos do urinol como se fosse uma reverência ao falecido. Quando o conforto já se instalava lhe apareceu um terceiro anjinho, só que de carne e osso, na potência dos floridos vinte e poucos anos. O mancebo acabou causando um rebuliço na pequena Serrania. O pretexto inicial de sondar o preço do café da viúva, utilizado por Pedrinho Valente, acabou em nova paixão para a balzaquiana.


A cidadezinha comentava e não entendia a relação. Era estranha aquela trintona experiente passar a perna nas meninas casadoiras assim tão impunemente. Todo mundo queria descobrir o verdadeiro motivo da gamação de Pedrinho por Ambrosina, a misteriosa senhora do casarão. Ele confessou ao padre encarregado de oficiar a união que ela tinha uma orquestra dentro de si.


Pouco tempo e o urinol de Madame Pompadour voltou a receber a líquida descarga de um amor cada vez mais insaciável.


Pedrinho Valente operava transações de café e tinha que viajar para Monte Santo. Ia negociar com o coronel Pedro Paulino. Ainda na estrada foi acometido de uma concreta nostalgia que lhe afligia a alma e corroia o coração. Sua cabeça girava ao relembrar do gozo de Ambrosina que vazava daquelas contorções e gritos frenéticos e depois produzia um estado de voluptuosidade que a levava ao nobre penico. Os tímpanos beiravam ao estouro só de lembrar daqueles jatos maravilhosos retinindo na porcelana da Rive Guache. Tomado de inigualável ardor e já incomodado por interminável ereção, tendo até ensaiado mentalmente um majestoso improviso para recitar à amada, deu meia-volta e retornou para casa.


Lá chegando e indo direto ao palco do desejo deu com uma Ambrosina como que literalmente pega em flagrante, deitada sobre a cama acusadoramente desarrumada, ainda com a respiração arfante e pele suada. Sobre o criado-mudo, ainda não guardado, o "santinho" do alcaide Necésio, propaganda de candidato a deputado. Foi um choque. Pedrinho nem precisou perguntar e Ambrosina já foi explicando:


– Meu amor, ele só veio entregar a propaganda. Quer o meu voto, mas acho que não vou dar. Além do mais ele também é dos tais que prometem tudo, mas na hora da onça beber água escondem o líquido.


Para provar sua verdade picou a propaganda em pedacinhos e destampando o vaso cheio mandou o prefeito boiar aos pedaços lá dentro do urinol. Valente caiu em amargura e adoeceu. Sentindo as dores de uma galhada crescente em sua cabeça não resistiu e, em poucos dias, morreu consumido por cruel decepção.


Acometida de profundo remorso, a insaciável desabou doente. Tempos antes de passar do estado líquido para o gasoso e viajar para o além, foi ao cartório e fez o testamento dos seus bens doando-os à paróquia. Cuidou de separar o urinoir de Pompadeour para presentear Eleutéria, sua honorável amiga, esposa de conhecido boticário. Sem saber do que se tratava o casal adotou a linda relíquia como um enfeite e elegeu a mesa de centro da sala para acolhê-la. Em perfeita disponibilidade à visão das inúmeras visitas que por ali passavam, numa tarde foi vista por um caixeiro viajante, vendedor do sal de frutas Eno, que se encantou com a peça e resolveu fazer oferta irrecusável para levar o achado para São Paulo.


Conta-se que, depois de possivelmente ser arrematada em leilão, a porcelana de Sévres foi vista pela última vez numa mansão do Morumbi, agora servindo como sopeira de jantares festivos.

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I bibida prus músicus!

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Dando uma baita força!

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Água faz mal! Ou melhor: - Água faz mal?

Foi comprovado em pesquisa cientifica que se você beber mais de um litro de água por dia, ao final de um ano terá ingerido mais de 1 quilo de coliformes fecais que estão diluídos na água, ou seja, um quilo de bosta!

Já bebendo cerveja, você não corre esse risco, uma vez que coliformes fecais não sobrevivem ao processo de produção da cerveja!

Por isso, comunique a todos os que o cercam e que bebem 1,5 litros de água por dia, numa permanente babaquice aquobostífera, que essa porra faz mal!

Principalmente para aquele seu colega de trabalho que tem uma garrafinha de água em cima da mesa e fica se achando “o saudável”.

Se não quiserem acreditar, danem-se, continuem bebendo MERDA!

Eu, bebedor de cerveja, fiz a minha parte... Avisei! Afinal, amigo é pressas coisas!

Quem tiver consciência chegará à seguinte conclusão:

É muito melhor tomar cerveja e falar MERDA, do que tomar MERDA e não falar porra nenhuma!

I bibida prus músicus porque hoje é caaaaaaaaarnaval!

- Brigado, Walter!

Em Salvador, oito presos fogem de contêineres usados como cela

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Bandnews - Em Salvador, oito presos fugiram, neste sábado, de contêineres usados como celas.

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Vi o vídeo e pensei: péra aí! Vinte contêineres adquiridos por mais de HUM MILHÃO DE REAIS!

Vamos deixar por UM MILHÃO DE REAIS E VINTE CENTAVOS, que é mais do que um milhão de reais, na falta de uma informação mais precisa. Também poderiam ter custado HUM MILHÃO, NOVECENTOS E NOVENTA E NOVE MIL REAIS E NOVENTA E NOVE CENTAVOS, que permaneceria dentro da faixa de mais de um milhão de reais, não é verdade?

Na primeira alternativa, cada contêiner teria custado CINCOENTA MIL REAIS E UM CENTAVO. E dizem que falta cadeia para meliantes! É lógico! Por esse preço! E olhem o luxo de seus interiores! Parece até os daqueles apartamentos da vila olímpica dos últimos jogos panamericanos!

Aí tem alguma coisa estranha... Será possível ou a notícia está incorreta?

Sem maiores fundamentos, vou partir pro princípio de que está incorreta. Afinal, duvidar de quê, neste país onde tudo é transparente, não é verdade?

E depois, pode ser que as chapas das laterais e das coberturas sejam de fibra de carbono ou de titânio, mais duras do que as de Aço Carbono SAE-1010/1020, sendo aquelas mais difíceis de serem arrombadas pelos moradores do conjunto habitacional, não é verdade?

E cacete! Quando eles foram montados, precisaram ser içados! Nessa ocasião, não deixaram de ver que as barras de ferro que sustentavam o piso de madeira estavam espaçados de 30 em 30 cm e não de 15 em 15 cm, como deveriam ser?

Veja o vídeo e peça bibida prus músicus, mas muita bebida mesmo! Afinal, ééééééé caaaarnaval...

Sopinha dos bons futuns

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- Autor desconhecido.

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Assunto: Email da minha amiga Ana

Querida Amiga:

Conforme minha promessa, estou lhe enviando este email contando as novidades da minha primeira semana depois de ser transferida pela firma para o Rio de Janeiro. Terminei hoje de arrumar as coisas no meu novo apartamento. Ficou uma gracinha, mas estou exausta. São dez da noite e já estou pregada.

Segunda-Feira

Cheguei na firma e já adorei. Entrei no elevador quase no mesmo instante que o homem mais lindo desse planeta. Ele é loiro, tem olhos verdes e o corpo musculoso parecendo querer arrebentar o terno.

Liiiiiiindo! Estou apaixonada! Olhei disfarçadamente a hora no meu relógio de pulso e fiz uma promessa de estar parada defronte ao elevador todos os dias a essa mesma hora. Ele desceu no andar da engenharia. Conheci o pessoal do meu setor, todos foram atenciosos comigo. Até o meu chefe foi super delicado. Estou maravilhada com esta cidade. Cheguei em casa e comi comida enlatada. Amanhã vou a um mercado comprar alguma coisa.

Terça-Feira

Amiga! Precisava contar. Sabe aquele homem de quem falei? Ele olhou para mim e sorriu quando entramos no elevador. Fiquei sem ação e baixei a cabeça. Como sou burra!
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Passei o dia no trabalho pensando que preciso fazer um regime. Me olhei no espelho hoje de manhã e estou com uma barriguinha indiscreta. Fui no mercado e só comprei coisinhas leves: biscoitos, verduras, legumes e chás. Resolvido! Estou de dieta!

Quarta-Feira

Acordei com dor-de-cabeça. Acho que foi a folha de alface ou o biscoito do jantar. Preciso manter-me firme na dieta. Quero emagrecer dois quilos até o fim-de-semana.

Ah! O nome dele é Marcelo. Ouvi um amigo dele falando com ele no elevador. E ainda tem mais: ele desmanchou o noivado há dois meses e está sozinho. Consegui sorrir para ele quando entrou no elevador e me cumprimentou. Estou progredindo, né? Como faço para me insinuar sem parecer vulgar?

Comprei um vestido dois números menor que o meu. Será a minha meta!

Quinta-Feira

O Marcelo me cumprimentou ao entrar no elevador. Seu sorriso iluminou tudo! Ele me perguntou se eu era a arquiteta que viera transferida de Brasília e eu só fiz: "- Hum-hum!". Ele me perguntou se eu estava gostando do Rio e eu disse: "- Hum-hum!". Aí ele perguntou se eu já havia estado antes aqui e eu disse: "- Hum-hum!". Então ele perguntou se eu só sabia falar "- Hum-hum!" e eu respondi: "- Hã-hã!".

Será que fui muito evasiva? Será que eu deveria ter falado um pouco mais?

Ai, amiga! Estou tão apaixonada! Estou resolvida! Amanhã vou perguntar se ele não gostaria de me mostrar o Rio de Janeiro no final de semana.

Quanto ao resto, bem...ando com muita enxaqueca. Acho que vou quebrar meu regime hoje. Estou fazendo uma sopa de legumes. Espero que não me engorde demais.

Sexta-Feira

Amiga! Estou arruinada! Ontem à noite não resisti e me empanturrei. Coloquei bastante batata-doce na sopa, além de couve, repolho e beterraba. Menina! Saí de casa me sentindo como um caminhão de lixo. Como eu peidava! (Nossa! Você não imagina a minha vergonha de contar isso, mas se eu não desabafar, vou me jogar pela janela!).

No metrô, durante o trajeto para o trabalho, bastava um solavanco para eu soltar um futum que nem eu mesma suportava. Teve um momento em que alguém dentro do trem gritou: "- Aí, gente fina! Peidar até pode, mas jogar merda em pó dentro do vagão é muita sacanagem!". Uma senhora gorda foi responsabilizada. Todo mundo olhava pra ela, tadinha. Ela ficou vermelha, ficou amarela, e eu aproveitava cada mudança de cor para soltar outro. O meu maior medo era prender e sair um barulhento. Eu estava morta de vergonha.

Desci na estação e parei atrás de uma moça com um bebê no colo, enquanto aguardava minha vez de sair pela roleta. Aproveitei e soltei mais um. O senhor que estava na frente da mulher com o bebê virou-se para ela e disse: "- Dona! É melhor a senhora jogar esse bebê fora porque ele está estragado!".

Na entrada do prédio onde trabalho tem uma senhora que vende bolinhos, café, queijo, essas coisas de camelô. Pois eu ia passando e um freguês começou a cheirar um pastel, justo na hora em que o futum se espalhou. O sujeito jogou o pastel no lixo e reclamou:"- Pô, Dona Maria! Esse pastel tá bichado!".

Entrei no prédio resolvida a subir os dezesseis degraus pela escada. Meu azar foi que o Marcelo ficou segurando a porta, esperando que eu entrasse. Como não me decidia, ele me puxou pelo braço e apertou o botão do meu andar. Já no terceiro andar ficamos sozinhos. Cheguei a me sentir aliviada, pois assim a viagem terminaria mais rápido.

Pensei rápido demais. O elevador deu um solavanco e as luzes se apagaram. Quase instantaneamente a iluminação de emergência acendeu. Marcelo sorriu (Ai, meu Deus! Aquele sorriso...) e disse que era a bruxa da sexta-feira. Era assim mesmo, logo a luz voltaria, não precisava me preocupar... Mal sabia ele que eu estava mesmo preocupada.

Amiga, juro que tentei prender. Mas antes que saísse com estrondo, deixei escapar, devagarinho, apertando meu fiofó o máximo possível. Abaixei e fiquei respirando rápido, tentando aspirar o máximo possível, como se estivesse me sentindo mal, com falta de ar. Já se imaginou numa situação dessas? Peidar e ficar tentando aspirar o peido para que o homem mais lindo do mundo não perceba que você peidou?

Ele ficou muito preocupado comigo e, se percebeu o mau cheiro, não o demonstrou.

Quando achei que a catinga havia passado, voltei a respirar normal. Disse para ele que eu era claustrófoba. Mal ele me ajudou a levantar, eu não consegui prender o segundo, que saiu ainda pior que o anterior.

O coitado dessa vez ficou meio azulado, mas ainda não disse nada. Abaixei novamente e fiquei respirando rápido de novo, como uma mulher em estado de parto. Dessa vez Marcelo ficou afastado, no canto mais distante de mim no elevador, na diagonal. Na ânsia de disfarçar, fiquei olhando para a sola dos meus sapatos, como se estivesse buscando a origem daquele fedor horroroso.

Ele ficou lá, no canto, impávido. Nem bem o cheiro se esvaiu e veio outro. Ele se desesperou e começou a apertar a campainha de emergência. Coitado! Ele esmurrou a porta, gritou, esperneou, e eu lá, na respiração cachorrinho. Quando a catinga dissipou, ele se acalmou.

As lágrimas começaram a escorrer pelos meus olhos. Ele me viu chorando, enxugou meus olhos e disse: "- Meus olhos também estão ardendo.". Eu juro que pensei que ele fosse dizer algo bonito. Aquilo me magoou profundamente. Pensei: "- Ah, é, fdp? Então acabou a respiração cachorrinho..."

Depois disso, no primeiro ele cobriu o rosto com o paletó. No segundo, enrolou a cabeça. No terceiro, prendeu a respiração, no quarto, ele ficou roxo. No quinto, me sacudiu pelos braços e berrou: "- Mulher! Pára de se cagar!". Depois disso ele só chorava. Chorou como um bebê até sermos resgatados, quatro horas depois... uns quarenta futuns depois.

Entrei no escritório e pedi minha transferência para outro lugar, de preferência para outro país.

Apague este e-mail depois de o ler, tá?

Sua amiga, Ana.

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I bibida prus músicus!

Brigado, Luis Vicente!